segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Joacy Jamys - Cartunista


Joacy Jamys
Nascido no Rio de Janeiro em 9 de setembro de 1971, chegou no Maranhão ainda muito jovem, aos 14 anos e daqui fez sua terra. Trouxe na bagagem muita disposição para fazer quadrinhos na mais variadas vertentes e música. Foi desenhista, argumentista, adaptador/tradutor, editor de fanzines e vocalista de banda punk. Anarco-punk por natureza dividia seu tempo na produção e na divulgação dos quadrinhos maranhenses.
Junto com Iramir Araújo, Beto Nicácio e os irmão Rômulo e Ronilson Freire, fundou o grupo SingularPlural, referência dos quadrinhos no Maranhão; com o grupo chegou a publicar duas revistas genuinamente maranhenses: Fusão e Fúria. Seus principais trabalhos foram O velho farol (orginalmente publicada in Ervilha #01, SP), série Contos fictícios, Dronn o mercenário, tiras Não Sistema.
Respeitado no mundo underground, possuía mais de 500 páginas de HQs desenhadas e inúmeras séries. Em 1990 teve sua primeira história publicada no exterior (publicou em Portugal, na Polônia e na Espanha) e em dezenas de fanzines brasileiros. Foi instrutor de cursos de HQ, tiras, cartuns, desenho e fanzines; editou os fanzines Legenda (a partir de 1986), Legenda Comix, Grito Punk, Não Sistema! Entre outros. Profissionalmente era webdesigner, ilustrador, designer e artista gráfico. Era também vocalista da banda Última Marcha.
Vivia trocando informações com “feras” dos quadrinhos nacionais e possuía um site o qual atualiza continuamente com notícias referentes ao universo dos quadrinhos. Seu trabalho foi reconhecido no cenário nacional ao ser indicado ao Troféu HQMix 2006 (considerado o Oscar dos quadrinhos brasileiros) nas categorias “Desenhista Revelação” e “Melhor Site de Quadrinhos”. Coincidentemente foi um dos ganhadores do Prêmio Universidade FM, edição 2006, cuja premiação aconteceu quando estava em coma num hospital.
Tinha verdadeira paixão por quadrinhos. Em uma entrevista para o site Nona Arte (www.nonaarte.com.br), quando perguntado sobre a situação dos quadrinhos no século 21, sobre ser consumido em bancas, livrarias ou pela internet, respondeu o seguinte: “Os três. E as ruas? Não esqueça. Eu coloco meus zines nas ruas pra vender, nas praças...o autor/editor tem que sair do estúdio e ir ao público também. É difícil conciliar. Mas, a banca está caindo. A livraria, como disse Peter Kupper (USA), é a saída da HQ underground nos Estados Unidos. Temos que invadir as livrarias também, mas não com os preços absurdos que estão cobrando, pois HQ brasileira de qualidade virou artigo de luxo. O virtual é agilidade, difunde pro mundo inteiro. A Nona Arte é um exemplo claro disso, tanto que "copiei" e fiz meu site, que ta (sic) surtindo ótimos resultados.”
No dia 4 de dezembro de 2006 sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ficou em coma por 12 dias. Faleceu no dia 16 do mesmo mês, deixando órfãos não só seu filho biológico, mas dezenas de pessoas ligadas às mais diversas formas de artes.

Fonte: www.nonaarte.com.br; entrevista com amigos.

Nenhum comentário: